Tempo Sem Linha
As coisas mudam quase sempre
Poucos sempres são para sempre
Mas há os que para sempre são
Não é difícil, basta manter-se são
São muitos os "se", é o caos da teoria
Não mudamos o passado do lado de fora
Mas por dentro é possível realizar a magia
O ontem e o amanhã conectam-se no agora
Na linha do tempo não há tempo ou linha
No tempo sem linha
Não há tempo nem hora
O que aconteceu e o que acontece
É como quem chega ou quem já foi embora
Como o que viça ou o que arrefece
O meio do fim da mesma história
Muitos a Deus repetem a prece
Mas cerram-se nas jaulas da memória
Trancam-se em seus corações
E suas consciências não crescem, decrescem
São crianças velhas entre as multidões
Não caminham, não seguem adiante
Pois têm atrofiados os tendões
Misturam o leite e o vinho
São como o passarinho que caiu do ninho
E ainda não sabia voar
Quando já deveria sozinho caçar
A vida bate em quem não aprende
A fogueira é fria pra quem não acende
A terra traga quem não ascende...