Tempo de Aprender
Fui forjada no fogo da vida
Aprendi desde cedo
A curar minhas feridas ...
A não temer as flores
Por causa dos espinhos...
A seguir, apesar do medo...
A suportar as dores ...
A escolher os caminhos
E descalça andar...
Aprendi a perambular
Pelas cavernas subterrâneas...
E a conhecer meus eus escondidos ,
Partes de mim que se despedaçaram,
Tornando-se estranhas,
Repelindo-se ao menor atrito...
Aprendi que algumas portas
Devem permanecer fechadas
E outras devem ser escancaradas ...
Que flores murchas estão mortas
Mas outras podem ser plantadas...
Aprendi que nem sempre acerto...
Que às vezes é imperfeito o verso...
Que para toda chave há uma porta ...
E, depois do pranto, há o sorriso...
Que sempre há um amanhecer...
E que aquilo que não cabe transborda...
E que o vazio pode ser preenchido...
Aprendi que sempre é tempo de aprender...