A diáspora do pensamento
Vai ao longe,
Buscar o que falta
Todo o resto do mundo
Pode ser sua própria malta
Mas tudo é sempre confuso
E as vozes desencontradas
Nessa busca de amor profundo
Jazem as pessoas desesperadas
O desespero, para serem amadas
As alegrias, quase sempre forjadas
A fotografia, hoje uma anátema barata
E essa selva de ansiedade
Que se autorreplica
Que melhor explica
O que é a sociedade
As paredes e os muros, também falam
Prendem e impedem, limitam tudo
Mudos e estáticos dizem muito
São o grande Não do mundo
Já as ruas como possibilidades
Onde meu pensamento sai afora
Cada esquina dobra-se no agora
Andando é possível achar sua verdade
Em sempre um outro caminho
Para, sozinho, se ir embora
A diáspora do pensamento
É deixar o corpo em isolamento
E levar nossa mente mundo afora