visceral
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traço demente que tem medo de gente
que se mede pelo tamanho de um pente
traço profundo que foi enraizado em outro
momento, acido, faca, pincas a beslicar
a carne, rabo infinito de agum bicho sem
fundo, fùnebre aperto na alma, cançado,
mil tempo de demora, viscose que me devora,
arde, tridente que veio de gente, facao, anxada
a cavar o fundo da terra, mais vermes que estrela
mais espanto que tristeza, massa grosa inviolável,
trato que destrata, medo, abismo, decadência feita
de riscos, não reclamo, não xingo nenhum desgraçado,
onde está eu e onde está o menino, espremido entre
paredes de aço, que funda e comprida com as estradas
de asfalto, furo, brecha, treva, escuro, banimento no
próprio ventre, vaso que não comunica, não rompe,
e não explica, apenas me habita como um hospede
espaçoso, dono do corpo com seus destroços, não
se deixa arrancar, diminuir, aparar, cresce como as ervas
indesejadas, como as árvores mais macabras contorcidas
qual grutas do diabo, não sei teu nome, teu rosto, de onde
de vem, tua causa, apenas o espirro de dor que me deixa a beira
da insanidade, pergunto: até quando? se esse, que mesmo
com tamanha confusão não se deixa em abandono.