Faz-me rir

Assisto ao pôr do sol vermelho-alaranjado

Fim de tarde sangrado, deixado pra morrer

Foi recomendação deslembrar tal verdade

E a gravidade da rotina para o bem viver

Meu corpo de fruto maduro exposto ao tempo

Lançado ao relento da sorte atroz, adernou

Transmudou-se nisso, longe do viço eterno

Hodierno é o hoje – sempiterno e efêmero

Veio o amanhecer dizer da luz, o luzeiro

Vieram as horas como arrastadas senhoras

Paulatinas, assuntosas do mister diurnal

A vogal primeira prolongou-se em um bocejo

Anunciando o desejo do grão-mestre cansaço:

Distraia-me, faz-me rir, oh grande palhaço

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 27/01/2021
Código do texto: T7170341
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