Faz-me rir
Assisto ao pôr do sol vermelho-alaranjado
Fim de tarde sangrado, deixado pra morrer
Foi recomendação deslembrar tal verdade
E a gravidade da rotina para o bem viver
Meu corpo de fruto maduro exposto ao tempo
Lançado ao relento da sorte atroz, adernou
Transmudou-se nisso, longe do viço eterno
Hodierno é o hoje – sempiterno e efêmero
Veio o amanhecer dizer da luz, o luzeiro
Vieram as horas como arrastadas senhoras
Paulatinas, assuntosas do mister diurnal
A vogal primeira prolongou-se em um bocejo
Anunciando o desejo do grão-mestre cansaço:
Distraia-me, faz-me rir, oh grande palhaço