Inflamado

Um corpo estranho

Em meu organismo

Pedaços quebrados

De uma taça de vidro

Depois do sangue

Vem a assepsia

Por fora, cicatriz

Disfarçando a agonia

Lá dentro da carne

Algo fora deixado

E esse fragmento

Não pode ficar guardado

Na pele a dor do toque

A inflamação teimosa

Que só quem sente sabe

Quanto rasga impiedosa

Rasgar a pele novamente

Jorrar mais sangue afora

Só resta isso certamente

Doer pra curar outrora