POETA PALHAÇO

Eu que seguia minha vida a esmo

Levando a vida de qualquer jeito

Coração carente, alma em desalento

Um dia me deparei com um recado

um papel dobrado embaixo da porta

Onde vinha escrito o que vai abaixo

“ Moça, não chores, ilumine seu dia

Vejo -te sem graça e apagada

Assim ficarás envelhecida e encalhada

Para alegrar-te, enviarei a ti, poesias”

Por louco o anônimo recado tomei

Mas me interessei pelo que estava ali

e da maneira como, ao acaso, encontrei

Os dias se sucederam como sempre

A cada dia uma poesia alegre e diferente

eu encontrava embaixo da porta da loja

Numa letra aberta e grande, escrevia

Quadras, trovas e tercetos com esmero

Que animavam meus turvos dias

A alegria e efervescência dos escritos

Sempre a mim foi muito contagiante

Tornando o meu dia mais belo e colorido

Ficava eu a imaginar, quem seria o autor

de escritos alegres e positivos

que tiraram de mim aquele amargor

Um dia, deixei na porta um recado

- Diga-me quem és, para a ti agradecer

Na resposta enviada, assim bem dizia:

Feliz fico que tenhas se alegrado

E feito a ti um bem com minhas poesias

Assinado embaixo: Poeta palhaço.

Os dias se passaram, o calendário virou

E meu ânimo nas estações se renovou

E, confesso nem sei mais o que faço

Sem a motivação, a alegria e o vigor

Vindas nas linhas desse anônimo autor

Suas letras inspiraram outro cenário

Alterando meu viver e todo meu espaço

Anseio pela continuidade do mimo diário

Pois me afeiçoei a ti, querido Poeta Palhaço!

Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 26/01/2021
Reeditado em 26/01/2021
Código do texto: T7169084
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