Colo do desconforto

Quero te visitar

Te encontrar nos teus sonhos

Ou naquele dia real

Que não se espera por ninguém

Minha missão é sair!

E a da humanidade, fingir!

A maior missão é a omissão

O mundo só se importa

Com quem não quer saber

Mas, se eu for aí agora?

Tanto faz, vir ou morrer

Você está tão longe,

Mas, se eu bater a tua porta?

Vais me deixar entrar na tua vida?

Só porque eu quis?

Está tão confuso esse mundo

Não quero ficar em casa

E entendo os andarilhos...

Deve ter um segredo,

Envolto às dores e o medo;

Contraposto aos passos seguidos

Não sei como posso,

Como devo resistir,

É tão atraente não estar mais aqui

A indiferença parece gostar de mim

Querer alguém se odiando assim

Como é possível?

Queria não estar em lugar algum

Mas queria que esse "não lugar"

Fosse seu colo.

E por que isso acalma?

Por se assemelhar à posição fetal?

Por vir o choro, a pressão do mundo?

E isso tudo, pode um colo aliviar?

Que presente é essa vida?

Uma vontade de prazer,

Sempre distante da ideia sugerida.

E pra sorrirmos alguém tem que sofrer

Ou pelo menos, trabalhar pra isso

Nossa missão, apenas esquecer

E seguir, se torturando ao mundo

Este presente, potente e sempre omisso