Celibato.

Após várias tentativas frustradas, optou pelo celibato.

Agora não teria mais ninguém para incomodar seus dias e atrapalhar seus planos.

Faria seus horários e programas.

Sem vontade sequer faria a cama.

Jogou-se no sofá de pijama

Amarrotado e puído como uma mente insana.

O tédio entra pela persiana

Penetra os poros e se demora no olhar vago

Que troca de canal

Na angústia da inquietude mental

Nada para ver,

Nada para se oferecer,

Assusta-se com a campainha

Corre para atender

Na porta o vizinho

Lindo de morrer

Corre para o quarto e procura o que vestir

Pega o vestido amarelo e provocante

Coloca o batom, o perfume e joga os cabelos.

O celibato? Talvez comece amanhã.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 23/01/2021
Código do texto: T7166878
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