QUEIMADA
Salvo, ainda, da extinção,
Passeio sobre meus incêndios apagados.
Curvo o tronco - as mãos em concha -
Sobre o córrego dos pequenos beijos
E vivencio o meu destino selado.
Nômade no sentimento
E aos desejos pertencido,
Não construí casa onde abrigar um único amor.
Vivo da simbologia de cada vale promissor,
Montanha afastada, ilha distante,
Da centelha do instante.
Assim, acumulo a repetida - e sutil - afirmação
No que me dizes sempre, de cada ponto firme
Que tocas do Vasto Oceano:
- Poderíamos ter sido tão felizes!