O NADA DELA E O TUDO MEU

Izaías Veríssimo de Castro – 22/01/2021

Será que é difícil assim me ler?

Ou em gestos não sei escrever?

Fiquei um tempão a olhá-la

Fiz caras e bocas e ela nada

Nada de retribuir, nada de flertar

Pisquei um olho, pisquei outro

Lambi levemente meus lábios

Dei asas a um sorriso e o soltei no ar

Balancei a cabeça, fiz um leve aceno

E ela nada, nada fez e nada disse

Ensaiei, me aproximei, falei oi como vai?

Ela esnobe, mal olhou, fingiu não ouvir

Me senti inútil, “imensamente pequeno”

Diante da frieza que ela conseguiu ter

Já que não tocou a música que canto

Melhor seria logo ter dito sem temor

Que por mim não tinha nenhum encanto

Sequer atração física, quanto mais amor

Assim em calafrio e quase desfalecido

Sairia logo de mim o intenso fervor

E eu simplesmente levaria em lembrança

Que o meu tudo para ela foi nada

E que o nada dela para mim foi tudo

Tudo que me mostrou um novo mundo

Longe da ilusão de um conto de fadas

Por amor me humilhei, mas valeu

O nada dela e o tudo meu

Záias Castro
Enviado por Záias Castro em 22/01/2021
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