Acorda
Aos Bakairi, dedico
A brisa da madrugada
já brinca com as relvas
e os pássaros pipilam,
anunciam o novo dia...
A canoa já está no porto
o rio nos espera agora
a espreguiçar suas águas
no leito rendado de areia.
As capivaras e as pacas
devorarão todo o milho
plantado para o batizado
e não haverá mais festa...
Sem batizar o milho
não haverá fartura
e um novo e longo eclipse
abraçará nossas vidas...
E escuta a delicada brisa
que murmura em segredo
os cânticos sagrados
das vozes ancestrais...
Ou eterno será o sono
no poço fundo do tempo
onde moram agonias
da escuridão dos inícios...
Acorda.
Tela: João Sebastião (MT)
Aos Bakairi, dedico
A brisa da madrugada
já brinca com as relvas
e os pássaros pipilam,
anunciam o novo dia...
A canoa já está no porto
o rio nos espera agora
a espreguiçar suas águas
no leito rendado de areia.
As capivaras e as pacas
devorarão todo o milho
plantado para o batizado
e não haverá mais festa...
Sem batizar o milho
não haverá fartura
e um novo e longo eclipse
abraçará nossas vidas...
E escuta a delicada brisa
que murmura em segredo
os cânticos sagrados
das vozes ancestrais...
Ou eterno será o sono
no poço fundo do tempo
onde moram agonias
da escuridão dos inícios...
Acorda.
Tela: João Sebastião (MT)