O PÃO NOSSO DE CADA DIA
Re: poesia online: Mote para o dia 29-10-2007 : apresentado por Tetita
Padre-nosso
Dois pezitos descalços,
Um saquinho na mão
«Vai dizer ao teu pai
pra mandar o dinheiro, se não
não levas o pão.»
E á noite
a oração.
As mãozinhas erguidas numa prece absorta;
«o pão de cada dia nos dá hoje…..
mas Tu pede ao padeiro
que o deixe à minha porta…»
De Cochat Osório
-Ernesto Cochat Osório
Escritor angolano
- Poeta nacionalista. Das coisas simples da vida, da natureza
Casado com a médica nacionalista Julieta Gandara.
Nascia en 1917, en Luanda, Angola. Estudou Medicina na Universidad de Lisboa, Portugal. Exerceu como médico en Luanda. Foi membro da Unión de Escritores de Angola e colaborou con textos seus en publicações como "Mensagem" y "Vector".
Obras publicadas:
• Capim Verde, 1957
• O Homem do Chapéu, 1962
• Calema, 1956
• Cidade, 1960
• Biografia da Noite, 1966
(Fuente: EDUCOM)
.......................................
A PARTIR DO MOTE APRESENTADO
O pão-nosso de cada dia.
Rezado na oração, que é a petição
Que Jesus nos deixou.
Fica no meio esquecida
E nem sequer entendida
De entre as palavras bonitas
Que essa reza tem.
Perde-se o significado.
Porque esse pão é o alimento
Que não se nega a ninguém.
E o pão de todo o dia
Se vende nas padarias
e tambem em pastelarias.
a fome que aperta e engole
lágrimas e falta de amor
E por ali rondam as crianças
Com os olhitos de esperança
Brilhantes e lacrimejantes.
Carinha encostada, ranhosando e babando.
E até conversando, mudo dialogo.
com o que está para além da montra
Vidraças enfeitadas com luxo
grande fausto. Que se tornam atracção
gente que entra e sai com grande indiferença
E o homem a sacudir com chicote.
Com o peito enfunado .
Com cara de malvado
ah! mas isto é tudo malandragem .
que não servem para nada.
são chusma de ladrões, e ,
que só lhe espantam a rica freguesia.
E pedindo um naco, de mão estendida
que lhes é negado com ostentação.
Criança pede o seu pão.
Mingua da sua sustentação.
E ao lixo vai procurar
Tanto pão desprezado
Restos de enfartados
que o não dão, nem a um cão.
Um naco a faria sorrir
Seus olhitos iam brilhar
Seria o agradecimento
Vindo do seu coração.
Uma simples migalhinha
E que grande alegria.
e a fome de dias era saciada
apenas enganada.
pois que a fome tem muitas bocas
Quebrava-se a ostentação
a arrogância e a displicência
E o sentido da oração
acabava por ter sentido
neste mundo que anda perdido.
E talvez o homem sentisse
pela primeira vez talvez,
que o seu coração empedernido
começava a pulsar.
Mas, o mundo, só pula e avança.
Se olharmos certinho, para os olhos de uma criança.De T,ta
29-10-07
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Re: poesia online: Mote para o dia 29-10-2007 : apresentado por Tetita
Padre-nosso
Dois pezitos descalços,
Um saquinho na mão
«Vai dizer ao teu pai
pra mandar o dinheiro, se não
não levas o pão.»
E á noite
a oração.
As mãozinhas erguidas numa prece absorta;
«o pão de cada dia nos dá hoje…..
mas Tu pede ao padeiro
que o deixe à minha porta…»
De Cochat Osório
-Ernesto Cochat Osório
Escritor angolano
- Poeta nacionalista. Das coisas simples da vida, da natureza
Casado com a médica nacionalista Julieta Gandara.
Nascia en 1917, en Luanda, Angola. Estudou Medicina na Universidad de Lisboa, Portugal. Exerceu como médico en Luanda. Foi membro da Unión de Escritores de Angola e colaborou con textos seus en publicações como "Mensagem" y "Vector".
Obras publicadas:
• Capim Verde, 1957
• O Homem do Chapéu, 1962
• Calema, 1956
• Cidade, 1960
• Biografia da Noite, 1966
(Fuente: EDUCOM)
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A PARTIR DO MOTE APRESENTADO
O pão-nosso de cada dia.
Rezado na oração, que é a petição
Que Jesus nos deixou.
Fica no meio esquecida
E nem sequer entendida
De entre as palavras bonitas
Que essa reza tem.
Perde-se o significado.
Porque esse pão é o alimento
Que não se nega a ninguém.
E o pão de todo o dia
Se vende nas padarias
e tambem em pastelarias.
a fome que aperta e engole
lágrimas e falta de amor
E por ali rondam as crianças
Com os olhitos de esperança
Brilhantes e lacrimejantes.
Carinha encostada, ranhosando e babando.
E até conversando, mudo dialogo.
com o que está para além da montra
Vidraças enfeitadas com luxo
grande fausto. Que se tornam atracção
gente que entra e sai com grande indiferença
E o homem a sacudir com chicote.
Com o peito enfunado .
Com cara de malvado
ah! mas isto é tudo malandragem .
que não servem para nada.
são chusma de ladrões, e ,
que só lhe espantam a rica freguesia.
E pedindo um naco, de mão estendida
que lhes é negado com ostentação.
Criança pede o seu pão.
Mingua da sua sustentação.
E ao lixo vai procurar
Tanto pão desprezado
Restos de enfartados
que o não dão, nem a um cão.
Um naco a faria sorrir
Seus olhitos iam brilhar
Seria o agradecimento
Vindo do seu coração.
Uma simples migalhinha
E que grande alegria.
e a fome de dias era saciada
apenas enganada.
pois que a fome tem muitas bocas
Quebrava-se a ostentação
a arrogância e a displicência
E o sentido da oração
acabava por ter sentido
neste mundo que anda perdido.
E talvez o homem sentisse
pela primeira vez talvez,
que o seu coração empedernido
começava a pulsar.
Mas, o mundo, só pula e avança.
Se olharmos certinho, para os olhos de uma criança.De T,ta
29-10-07
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