Porque sou breve

Valho-me
das coisas fugidias:
da fluidez das nuvens,
do perambular de uma folha
no desassossego do vento...
da discrição da lágrima
(o mais eclético poema!).

Valho-me
da ligeireza da vida
(da fatal momentaneidade!),
e das coisas que fingem
passar despercebidas.

Valho-me
sobretudo da certeza
de que o riso só será visto
na face dos seres
jamais nas profundezas.


 
Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 18/01/2021
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