NADA É NOVO EM MORRER

Nada é novo em morrer,

E a pouco, refiz um poema

Mal acabado!

Matei unas palavras...

Palavras quase santas!

Deitei-me como bêbado....

E levantei, estranho, morto vivo.

E tinha uns versos sem vestuários!

Tão pouco, há nos homens vida!

Numa métrica tosca e feia,

Quando vivo, morto...

Quando morto, além...

Á nossa tinta, trinca... e nos parece sem cor,

Como não morrer,

ao negar ao que viemos...

sim, a em nós a vida,

sim, a em nós a vida,

sim....

mas, bebemos e vomitamos palavras...

como quem mistura a cachaça.

E as nossas mulheres, estão nas igrejas...

Zelando os mortos.

mas, comemos e nos deitamos

como maridos gordos e feio.......

e só pensamos nas putas....

e nossas esposas está gorda e festiva....

sem dentes e falando amor!

E zelando os mortos!

Nada é novo em morrer!

Agora, trabalho o meu texto,

Bebo cerveja, penso em sacanagem,

Ouço beethoven,

E um amigo acabe de perder a vida!

Morrer............... quem morre?

Se em vida, nada fazemos que nos negarmos,

Ninguém vive....

Em um poema nunca escrito!

Não sei dos mortos,

Não sei se: verdade vivo....

E duvido de tudo e dos deuses...

Mas aceitos suave os pecados alheios!

Nada é novo em morrer...

E as máquinas estão a moer...

Mas o coração não queima,

E as máquinas estão a moer...

E temos mulheres e filhos....

E as máquinas estão a moer...

Deixamos de ser homens...

Poeta, tornou-se!

Nada é novo em morrer.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 17/01/2021
Reeditado em 23/04/2021
Código do texto: T7161976
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