CHUVA

Percebi o quão a chuva faz meu sonho mais próximo.

As gotas chamam meu nome com a primeira letra em maiúscula.

Sem guarda-chuva por favor, quando molhado vinculo outros lugares.

Outras maneiras do meu sonho. Tanta gente tenho que deixar.

Sobressair sozinho, em uma noite chuvosa, não mais bebendo.

Quando percebi chovia, chovia muito, e escrevo em dia seco.

Há quem anda em dias com seus sonhos, não vejo modo diferente.

Não é fantasia, pobreza ou falta de outra coisa, é chuva mesmo.

Início do jeito de iniciar, asfalto seco pede chuva.

Roupa secas impedem o sonhar. Nossas práticas e nossos erros.

Um meio par, me lanço, me faço e substituo, não a chuva.

Chuva. Alto completamento da transferência.

Nada contra, o meu sonho depende da chuva.

E a chuva não é mais vista diante de outros olhos, não os secos.

Se quiseres realizar o que queres, pedes chuvas, ela desce.

Você cresce. O cheiro nela no asfalto é bactéria.

Ser saudável é parte do sonho, que rezo, invejo, invisto.

Completo o desejo de chuva, que ela caia, no lugar certo.

Não regando, só caia, para aquele olhar que olhe, o que é chuva.