Caos
A inspiração caminha em meio ao caos
Tudo desmoronou e espalhou-se pelo chão
São pedras, areia, poeira e pedaços de pau
Entulhos que não servirão mais na construção
O marrom e o cinza estão por toda parte
À espera de outras cores para banhar-lhes
Ao menor descuido, tropeço e queda
É tudo escuro! Onde estão as lanternas?
A luz das velas não basta, o vento apaga
Vou me segurando nos restos que resistem
Vez por outra, me machucando em armadilhas
Os escombros são traiçoeiros, deixam trilhas
E, mesmo sem intenção , nos agridem!
Olho desolada para os escombros
Mas sei o que é necessário fazer
Preciso carregar as pedras nos ombros
Jogá-las fora e limpar a bagunça
Para depois outras pedras trazer
E reconstruir de maneira mais profunda
Tudo sem cúmplice nem testemunha
Cavar os alicerces e fazer as bases
Erguer novas paredes de concreto
Alternando camadas e fases
Nas incertezas do certo e do incerto
O caos aos poucos vai se desfazendo
As ruínas vão perdendo a forma
E , como esperado, tudo se transforma
Tudo zerado por fora e por dentro
Ao mar são lançadas as naus
Sem tempestade ... até o próximo caos!