Caos

A inspiração caminha em meio ao caos

Tudo desmoronou e espalhou-se pelo chão

São pedras, areia, poeira e pedaços de pau

Entulhos que não servirão mais na construção

O marrom e o cinza estão por toda parte

À espera de outras cores para banhar-lhes

Ao menor descuido, tropeço e queda

É tudo escuro! Onde estão as lanternas?

A luz das velas não basta, o vento apaga

Vou me segurando nos restos que resistem

Vez por outra, me machucando em armadilhas

Os escombros são traiçoeiros, deixam trilhas

E, mesmo sem intenção , nos agridem!

Olho desolada para os escombros

Mas sei o que é necessário fazer

Preciso carregar as pedras nos ombros

Jogá-las fora e limpar a bagunça

Para depois outras pedras trazer

E reconstruir de maneira mais profunda

Tudo sem cúmplice nem testemunha

Cavar os alicerces e fazer as bases

Erguer novas paredes de concreto

Alternando camadas e fases

Nas incertezas do certo e do incerto

O caos aos poucos vai se desfazendo

As ruínas vão perdendo a forma

E , como esperado, tudo se transforma

Tudo zerado por fora e por dentro

Ao mar são lançadas as naus

Sem tempestade ... até o próximo caos!

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 13/01/2021
Reeditado em 13/01/2021
Código do texto: T7158739
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