paradoxo
para esquecer te procuro, porque você é como algo que sempre temi.
e de nada adianta esta aragem
este prenúncio de tão clara tarde, à margem.
para esquecer te procuro, porque você é como algo que sempre temi.
sinto os seus olhos me atravessando: avesso do que sou
por isso mesmo fugi.
para esquecer te procuro, porque você é como algo que sempre temi.
mas o dia, agora, tomou outro rumo, também outra sorte...
e a lembrança do que éramos não mais importa.
para esquecer te procuro, porque você é como algo que sempre temi.
o dia abriu sua porta, trouxe a lembrança daquele amor
daquela saudade morta.
para esquecer te procuro, porque você é como algo que sempre temi.
seu corpo, hoje, com outro se junta...
seu corpo tão branco que conheci.
para esquecer te procuro, porque você é como algo que sempre temi.