FUGA DA REALIDADE
Depois do café
fugirei pela porta dos fundos
da realidade.
Visitarei meu duplo
que mora no espelho.
Encontrarei minha amiga
que dorme no fundo do rio
e conversarei com as borboletas
sobre os abismos do nada e da eternidade.
Talvez depois eu retorne triste
ao vazio da realidade,
ou, simplesmente, admita
que ela não existe.