P R E C I O S I D A D E S (246)

S A U D A D E S

Nas horas motas da noite

como é doce o meditar

quando as estrelas cintilam

nas ondas quietas do mar;

quando a lua majestosa

surgindo linda e formosa

como donzela vaidosa

nas águas se vai mirar.

Nestas horas de silêncio,

de tristezas e de amor,

eu gosto de ouvir ao longe

cheio de mágoa e de dor,

o sino do campanário,

que fala tão solitário,

com esse som mortuário

que nos enche de pavor.

Então - proscrito e sozinho -

eu solto aos ecos da serra

suspiros dessa saudade

que no meu peito se encerra.

Esses prantos de amargores

são prantos cheios de dores:

- Saudades - dos meus amores,

- Saudades - da minha terra !