Merkabah
Após me cobrir, me senti melhor
Os pensamentos se organizaram na minha mente delirante
Alucinadamente entrei na fase em que comecei a questionar quem eu era
E qual era o sentido da vida?
Foi muito tensa para mim essa parte
Porque não havia sentido
Tudo era tão incerto,
Deserto,
Sem norte,
Para mim só havia o que era sutil,
O éter na mente
A mente no éter
Pensamentos etéreos que tocavam o infinito
E o infinito eram seus olhos
No seu infinito olhar em que eu me afundava
E nesse interminável azul eu delirava
E angelicalmente no mar sereno da noite
Eu via a forma do meu Merkabah,
Ela era colorida, diáfana
Maior que tudo que havia na minha mente em agonia
E quanto mais eu pensava ela se espalhava aleatoriamente
Ia para além de todos as direções em cores vibrantes
Do éter na mente
Eternamente as cores ardentes
Feito estrelas cadentes
Em loucas orgias
Que giravam em não tão cândida mente
E você tão certo na sua imensidão
Naqueles vãos devaneios eu flutuava
E você já se não me via
Pela primeira vez descobri que minha alma sempre esteve tão perto
E eu jamais ousei pensar que ela estaria assim em mim
A partir daí comecei a me diluir no vazio sideral,
Luzes distantes, mundos morrendo
E eu me diluindo naquele magnetismo
A louca ilusão de individualidade separada da matéria começou a se desfazer até se diluir em tudo,
Meu ego ficou desesperado,
Eu eternamente perdida
Com o éter na mente
Eterna alucinação demente
Já não era eu matéria
Éter eu já era
Candidamente etérea
Eternamente na minha mente eu me diluía
Virava poesia naquelas plagas insanas no éter