Merkabah

Após me cobrir, me senti melhor

Os pensamentos se organizaram na minha mente delirante

Alucinadamente entrei na fase em que comecei a questionar quem eu era

E qual era o sentido da vida?

Foi muito tensa para mim essa parte

Porque não havia sentido

Tudo era tão incerto,

Deserto,

Sem norte,

Para mim só havia o que era sutil,

O éter na mente

A mente no éter

Pensamentos etéreos que tocavam o infinito

E o infinito eram seus olhos

No seu infinito olhar em que eu me afundava

E nesse interminável azul eu delirava

E angelicalmente no mar sereno da noite

Eu via a forma do meu Merkabah,

Ela era colorida, diáfana

Maior que tudo que havia na minha mente em agonia

E quanto mais eu pensava ela se espalhava aleatoriamente

Ia para além de todos as direções em cores vibrantes

Do éter na mente

Eternamente as cores ardentes

Feito estrelas cadentes

Em loucas orgias

Que giravam em não tão cândida mente

E você tão certo na sua imensidão

Naqueles vãos devaneios eu flutuava

E você já se não me via

Pela primeira vez descobri que minha alma sempre esteve tão perto

E eu jamais ousei pensar que ela estaria assim em mim

A partir daí comecei a me diluir no vazio sideral,

Luzes distantes, mundos morrendo

E eu me diluindo naquele magnetismo

A louca ilusão de individualidade separada da matéria começou a se desfazer até se diluir em tudo,

Meu ego ficou desesperado,

Eu eternamente perdida

Com o éter na mente

Eterna alucinação demente

Já não era eu matéria

Éter eu já era

Candidamente etérea

Eternamente na minha mente eu me diluía

Virava poesia naquelas plagas insanas no éter

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 12/01/2021
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