Sem fleuma
Condenso nesses breves espaços
Intensos tons sutis de verdes ardentes
Frenética dança cadencia nossos passos
Entre lágrimas e sorrisos avançamos voluptuosamente
Luzes morrendo no vasto céu anil
Na quase escuridão vamos nos perdendo
Avanço num instante a passos mil
Com medo de te soltar vou me esquecendo
Tentando te encontrar vou me distanciando
Você não mais me conduz
Vagos sorrisos
Fogos queimando
Espelho que não reluz
Penso na imagem do triste Narciso
Na fonte definhando
De amor morrendo
A beleza murchando
E eu cá secando
Nos breves, agora longos espaços
Tudo está tão quente
A vida acabando longe dos seus abraços
A dança sem movimento
O quase último momento
Sem fleuma e sem chama
Nada em mim é mais ardente
E assim se apaga nosso drama