Não sou triste do jeito certo.
Desculpe, eu digo para ele, meus lábios num formato irritado, mas eu não sou triste do jeito certo.
Quando choro, não é bonitinho e você quer me abraçar e eu fico parada em seus braços como uma donzela cansada.
Quando eu choro, é horrível, é doloroso, é cansativo, é trabalhoso, é tudo menos lindo e quando você tentar me segurar eu tentarei me esquivar de você e quando você finalmente me segurar em seus braços eu vou desabar, e você vai ver o quanto eu estou mal, e não poderá evitar se sentir um pouco mal também.
Quando eu faço uma pesagem no hospital e vejo que meu peso está se tornando um pouco mais saudável, eu não fico feliz.
Ao invés disso, eu evito comer mais de 120 calorias em três dias. Quando você tenta me levantar, eu caio como uma boneca levíssima. Eu odeio ser saudável; e isso é algo que também odeio sobre mim.
Quando me derem o antidepressivo e o regulador de humor correto e eu finalmente estiver fazendo um progresso na terapia, eu vou assistir a algo que seja um gatilho, ou ouvir a música mais triste desse mundo, porque não é correto que eu de todas as pessoas esteja bem.
Quando os remédios não funcionarem mais,
Você não vai conseguir me convencer a viver; você segurará meu corpo, leve como penas em suas mãos. Tudo que eu fui, toda a teimosia, por nada.
Eu estava certa desde o começo.
Deveriam ter me deixado morrer. Mas acharam que deviam me tratar de outro jeito, porque afinal, eu não era triste do jeito certo.