Perguntas sem Respostas
E antes que eu pudesse sequer pensar
Senti suas asas suaves a me envolver
E suas garras afiadas a me arranhar
E minhas garras começaram a crescer
Quando me dei conta, não tinha volta
Estavam escancaradas janelas e portas
E minhas fraquezas todas expostas
A armadura fragiilizou-se de tal modo
Que parecia uma capa feita de penugem
O ferro foi corroído pela ferrugem
E incertezas minaram de todos os poros
Fui desarmada e fiquei indefesa
Deixei-me levar pela correnteza
E agora sou perguntas sem respostas
O que fazer com toda essa intensidade?
As pegadas estão por toda parte
E as delicadas pétalas viraram crostas
Um vendaval feroz me invade
E bagunça todas as minhas quietudes
Açoitada pelas verdades rudes
Sinto as picadas e cortes do chicote
Quando ele deságua dentro de mim
Sei que preciso beber cada dose
Gole por gole... até o provável fim
Seu cheiro se espalha dentro de mim
E não consigo sentir outro perfume
Ao seu gosto inconfundível não fico imune
E sinto sua força correndo em minhas veias
Do meu pensamento se adona
E me sinto emaranhada em suas teias
Sem nenhuma violência me doma
Sem grades nem trancas, estou presa
Ao maior sentimento do mundo
Ao mais intenso e mais profundo...
Trancafiada, sinto que sou eu mesma!