Perguntas sem Respostas

E antes que eu pudesse sequer pensar

Senti suas asas suaves a me envolver

E suas garras afiadas a me arranhar

E minhas garras começaram a crescer

Quando me dei conta, não tinha volta

Estavam escancaradas janelas e portas

E minhas fraquezas todas expostas

A armadura fragiilizou-se de tal modo

Que parecia uma capa feita de penugem

O ferro foi corroído pela ferrugem

E incertezas minaram de todos os poros

Fui desarmada e fiquei indefesa

Deixei-me levar pela correnteza

E agora sou perguntas sem respostas

O que fazer com toda essa intensidade?

As pegadas estão por toda parte

E as delicadas pétalas viraram crostas

Um vendaval feroz me invade

E bagunça todas as minhas quietudes

Açoitada pelas verdades rudes

Sinto as picadas e cortes do chicote

Quando ele deságua dentro de mim

Sei que preciso beber cada dose

Gole por gole... até o provável fim

Seu cheiro se espalha dentro de mim

E não consigo sentir outro perfume

Ao seu gosto inconfundível não fico imune

E sinto sua força correndo em minhas veias

Do meu pensamento se adona

E me sinto emaranhada em suas teias

Sem nenhuma violência me doma

Sem grades nem trancas, estou presa

Ao maior sentimento do mundo

Ao mais intenso e mais profundo...

Trancafiada, sinto que sou eu mesma!

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 09/01/2021
Reeditado em 09/01/2021
Código do texto: T7155882
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