A Sinceridade do Mar
Ao avistar
a si mesma
nas águas
do mar,
pela primeira vez,
se enxergou,
e não gostou
do que viu.
O mar é sincero:
mesmo ondulante,
não titubeia em dizer
o que pensa e sente.
A moça, apesar de acolher
demasiada beleza
em seus traços
delicados,
em seu peito,
um coração
deveras medonho
bate, e bate sem saber
o porquê do seu ofício.
A ânsia por conhecer
a praia que tantos amavam,
converteu-se em horror
por vislumbrar o teor
do seu ser desalmado.