Ausência Que Abraça
Que é o destino, senão viver?
Por isso, o poeta, que abomina o racional,
Não fecha a sua janela da ilusão
E espera a noite para o sonho reviver...
Mas, a noite, de olhar comprido, sentinela
Da sua solidão, vem esperar com ele
A chegada da saudade dela...
E quando a saudade chega, não a diviso
E lhe ofereço intacto o meu sorriso...
No meu ofício de poeta, errante viajante,
Somente guiado pela aurora
Das ilusões, sei apenas que é chegada a hora
De sentir a esperança que me reverbera
E de me abraçar com a ausência dela que me espera....