Luz congelada
A dor aperta o peito, sufocando todos os sentimentos
Que antes estavam escondidos em infinitos labirintos
É tão brutal me ver nesse estado
Começo a borbulhar até me diluir em tudo
Escorro vermelha pelo chão frio
Sinto medo do escuro... da escuridão que vivo na minha mente
Não há movimento, nem cores, só a roda da ilusão
O Véu de Maya dançando no tempo sem tempo
Sem passado sem presente e sem futuro
Não há nenhuma dimensão
Apenas a linearidade eterna do sempre hoje
A ventania lá fora compõe uma canção de lamento
A saudade bate e o coração também
Gritos ecoam pelo ar denso e escuro
E aquelas velhas memórias perdidas se soltaram
Pensamentos flutuando
Meus olhos jogando para fora toda dor que sinto
Você agora distante, muito mais que antes.
Estou transe, girando, girando...
Você nem olhou para trás para dar o último adeus,
Ou o último olhar, para se despedir de mim
Novamente estou presa naquele looping de tristeza
Vou navegando em correntes profundas
Carregando os pesos da vida, os meus e os seus
E a saudade que trago comigo, sobre tantas coisas...
Vai despindo meu ego e me deixando vulnerável
Escuto a minha voz separada de mim
Quero ir pra casa, mas estou cheia de medo...
Começo a me diluir e sem fluir eu vou, vou...
Vou tendo a ilusão de individualidade separada da matéria
Dentro de mim preciso acalmar um furacão
Parar todos os loucos pensamentos por um instante
Sinto medo, é muito assustador
Este pavor me enterra viva
Eu não tenho coragem de me entregar,
Lentamente me arrasto feito luz congelada
E a partir daí eu começo a surtar