SUSTENTAÇÃO
Nasci! Cresci! Envelheci!
Sentindo ânsia da vitória iminente
E, se tudo almejado fortemente,
Não se conta cem por cento vantajoso,
Sustenta-me, meu Deus, o ser.
Noção perco diante da dor:
Ela me sufoca, me oprime,
Tenta matar meus neurônios,
Prioriza gosto dos contrários.
Findar-me, palavra sem nexo,
Tudo entrar em plena decadência,
Somente os contrários em risos,
Festas pisoteadoras em meu cadáver.
Mas, eis, possível não permitires
Esses infelizes continuarem assim
Já que a dor que me oprime inteira
Consiste em tê-los vivos e malvados.
Batalha, 10 de outubro de 2010.
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Francisca Miriam Aires Fernandes, em "Safra Poética", 1ª edição, CBJE, Rio de Janeiro, 2020 (Página 93).
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