O CADARÇO
O CADARÇO
02jan21
Companheiro de tantas jornadas.
Caminheiro de minhas caminhadas.
Tuas pontas, em laços amarradas
que ficavam lá pelas beiradas,
culpa da barriga, estas barrigadas.
As vezes foram longas, as passadas.
Outras vezes foram cadenciadas.
Umas lentas, outras apressadas,
havidas em largas calçadas,
ou em vielas estreitas e enlameadas.
Por vezes dei belas tropeçadas,
nas tuas pontas desamarradas,
desatenções que fazias lembradas,
fazem partes da vida nestas estradas.
Se tuas tramas restavam desgastadas,
e dos calçados eram elas retiradas,
te prestavas a serventias variadas.
Companheiro de muitas baladas,
desatados por mãos de fadas
parceiras de minhas noitadas.
Geraldo Cerqueira