UM GRITO
No desassossego vivo, desde cedo!
Carregando no espírito esse sofrer
Pesadelo que persegue o meu viver
Entrelaçado ao meu silêncio, vão segredo
Guardei o horror dentro de mim
Muitos anos, numa longa tortura
Mágoa tão profunda e escura
Trauma de uma agonia sem fim
Em minha alma, uma ferida aberta
Um rancor louco e interminável
Desprezo em desamor inigualável
Abismal solidão de uma ilha deserta
Trago esse poema, como um grito
Um sinal para acordar minha luz
Um indulto para me libertar dessa cruz
E aliviar a dor, desse existir aflito.