AGORA SEI QUE POSSO VOAR

Peguei nas gentis palavras

Precisamente do Poeta Risonho

E resolvi divagar a partir daí.

Eu baseio-me muito na vida diária

No nosso dia a dia

Que nos conduz ao sonho.

Afinal

Donde podemos tirar proveito

Regalias, satisfação, prazer.

O que passou

Bem ou mal ficou consumado

Não se pode alterar nada.

O que está para vir

É incerto

Então para quê gastar energia

Em apreensão, medo

Expectativa, ansiedade

Ou desilusão, culpa

Remorso, pelo que passou?

O amanhã é uma incógnita

Gera e provoca insegurança.

Para quê sofrer por antecipação?

Eu realmente amo o que tenho

E sou grata pelo que tenho.

Não gasto energia

Lamentando o que não tenho

Ou quiçá não possa ter.

Foi todo um processo de aprendizagem

Que me trouxe até aqui.

Aprende-se a gostar

Das coisas simples e práticas.

Complicar, dá muito trabalho

Então neste sentido

Eu gosto de ser preguiçosa.

Eu não era assim

No início da minha caminhada.

Era uma pessoa complicada

Gostava de coisas elaboradas

Não saía á rua sem maquiagem

Sem os meus saltos agulha

Passava muito tempo a preparar-me

E nem tão-pouco comia na rua.

Tudo isto e muito mais

Bem acondicionado

Numa enorme timidez.

Isso tudo agora é irrelevante

Eu sou o que sou cá dentro

Já não me importo de saír

De cara lavada com água e sabão.

Dantes, era mais cérebro

Agora, sou mais coração.

Estou feliz

Com o resultado do trabalho

Que propuz a mim própria.

Estou na vida

Transparente, leve e solta

Se eu abrir as asas

E encher o peito de ar quente

Agora sei que posso voar!

©Maria Dulce Leitão Reis

Copyright 03/12/2020

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 31/12/2020
Código do texto: T7148567
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