Maldita herança
Que aos teus olhos, salve-se
Pois a mim, decadência
Enquanto ao júbilo de sua inocênte ignorância
Sinto-me escudo inerte aos ataques do inimigo
Atingida pelas gargalhadas vindas de ti
Duvido da certaza em permanecer aqui
Onde tal gozo teu planta-me dualidade
"O riso é de agradecimento"
Ou
"O riso é por gostar de meu sofrimento"
E a resposta se faz pertinente somente ao meu falho discernimento
Mergulhada nessa inquietação desproporcional
Surgem-me outras fédidas feridas
Pois como todo semelhante faria, lanço-te a culpa
Sem possuir poder de decidir o criminoso
Sendo apenas prova inútil no caso
Rendida ao julgamento alheio que me devora a sanidade
Presa ao conceito de que no fim deverá haver felicidade
Sem garantias de que lá haverá luz ao en'vez de obscenidade
E se eu fizer o caminho contrário
Encontro todos os fins sem respostas
Pois o túnel nunca chegou ao fim
Mas quem o percorre, mudou
E essa seria sua herança
A certeza de parentes feridos
E um caminho incerto ao futuro
Perdoa-me, meu filho