Uma estranha aparição
Em noite estrelada
Absorto por calafrios
Resolvi andar pela areia da praia
E cai no chão sem forças...
A vista embaçada
Aos poucos me recuperava
E mergulhei em sonho sufocante
Uma ambulância estava a me buscar
E a imagem se desfez e vi que estava só
Soprava a brisa do mar...
E as espumas das ondas dançavam um rondó
E como espíritos livres declararam em coro:
"A face de Deus é invisível
Indivisível
O tudo e o nada
O infinito e o grão do pó
E tantos iludidos percolam o solo infértil
Não há outra Lei
Senão se libertar
E em meu nome só querem dominar...
Mercadores da fé
Aproveitadores da ignorância
E da carência dos perdidos
Sedentos de serem escravos"
Então as ondas apaziguaram
Após dura luta com a confusão
Questionei minha sanidade
Com essa estranha aparição