A TRILHA DO ÍNIQUO

As vezes invejo...

O caminho do ímpio.

A saga do Íniquo.

A trilha do impuro.

A vida do injusto.

Dos que se vingam...

Sem o direito de se vingar.

Dos incapazes de altruísmo.

Dos desprovidos de empatia.

Orgulhoso semblante de erros...

Brio em sua maldade...

Em meio a tantos santos.

Fútil santidade.

Inveja do inatingível por culpa alguma.

Tão menos por ressaca moral.

A brisa que lhes beija a face...

Nunca lhes lembrará o mal.

Sereno quando a maldade se ergue a todos...

Pois o resultado de seu bom combate...

O levou guardar o mal pra si.

Inveja do que ri aos que se espantam...

Com qualquer chulo linguajar.

Do que desperdiça sequer seu esterco...

Aos que julgam rasamente suas aspirações...

E andam mortos na face desta terra.

Inveja do sábio que mescla em sua alma...

A virtude da luz...

E a força das sombras.

O rancor não o representa.

Tão pouco a compaixão nunca o representará.

Invejo o caminho do Íniquo.

Do que não ressignifica seus ressentimentos.

Do que se fortalece no mal que lhes jogam...

Nos passos da obscuridade.

Inveja do que enxerga fraqueza no apego.

E no materialismo sua riqueza.

Dos que não mais flertam com a insanidade.

Daqueles cujo o prazer da carne não é seleto.

Mas seus próximos são os despertos.

Aos que dormem...

Apenas sua leve presença...

Para dar riso a si.

Ao homem Íniquo.

Injusto.

Ímpio.

O homem dono de si.

El Moura
Enviado por El Moura em 26/12/2020
Reeditado em 11/01/2021
Código do texto: T7144622
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