A TRILHA DO ÍNIQUO
As vezes invejo...
O caminho do ímpio.
A saga do Íniquo.
A trilha do impuro.
A vida do injusto.
Dos que se vingam...
Sem o direito de se vingar.
Dos incapazes de altruísmo.
Dos desprovidos de empatia.
Orgulhoso semblante de erros...
Brio em sua maldade...
Em meio a tantos santos.
Fútil santidade.
Inveja do inatingível por culpa alguma.
Tão menos por ressaca moral.
A brisa que lhes beija a face...
Nunca lhes lembrará o mal.
Sereno quando a maldade se ergue a todos...
Pois o resultado de seu bom combate...
O levou guardar o mal pra si.
Inveja do que ri aos que se espantam...
Com qualquer chulo linguajar.
Do que desperdiça sequer seu esterco...
Aos que julgam rasamente suas aspirações...
E andam mortos na face desta terra.
Inveja do sábio que mescla em sua alma...
A virtude da luz...
E a força das sombras.
O rancor não o representa.
Tão pouco a compaixão nunca o representará.
Invejo o caminho do Íniquo.
Do que não ressignifica seus ressentimentos.
Do que se fortalece no mal que lhes jogam...
Nos passos da obscuridade.
Inveja do que enxerga fraqueza no apego.
E no materialismo sua riqueza.
Dos que não mais flertam com a insanidade.
Daqueles cujo o prazer da carne não é seleto.
Mas seus próximos são os despertos.
Aos que dormem...
Apenas sua leve presença...
Para dar riso a si.
Ao homem Íniquo.
Injusto.
Ímpio.
O homem dono de si.