AO ESCREVER
Ao escrever
busco me soltar.
Desprender-me das amarras,
dos pré-conceitos, dos medos.
Despir-me.
Para o pensamento
bater asas e voar.
Voar tão alto, tão longe.
Sair de mim.
Transmutar-me
em outras pessoas,
conhecer outros sentires,
outros “viveres” viver.
Se belo,
as sensações que tive,
no papel ficará,
não me importa.
O que me importa
é que é poesia,
é energia criadora,
é o pulsar inquietante
do de dentro de uma pessoa,
que se machuca,
se lamenta,
se arrebenta,
se dói pra fazê-la brotar.
Quando nasce...
É Rebento.
Fruto Maduro.
A mim,
não mais pertence.
Pertence ao Mundo,
que ficará com o papel
de a ela Julgar, Apreciar,
Odiar ou Amar.