RUAS

RUAS

Ruas caladas

Ruas vazias

Sol que nasce

Iluminando o silêncio

Descortinando o vazio

Pardais em algazarra

E maritacas aos gritos

Quebram o passamento

Dos ruídos humanos

Agora fantasmas tementes

De organismos invisíveis

Contagiantes de morte

Quem sabe a sorte

De uma picada de agulha

Desperte de novo a fagulha

Do algo vivo

Que agora escondido

Veja de novo o sol

Num aspirar profundo

Para um viver fecundo

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 26/12/2020
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