O Caderno do Avesso
Um caderno do avesso, do avesso escrito,
Para traduzir ao inverso,
Minha agonia em êxtase,
Minha solidão em completude,
Minhas dúvidas em (ao menos alguma) certeza...
Traduzir minha obscuridade em clareza, e
Minha amargura em paixão...
Se simples assim fosse,
Reescreveria uma a uma as rasuradas páginas
Da minha vida...
E não te deixaria partir, ou antes,
Encontraria-te antes ainda, e escreveria
Novos versos, de um amor plácido e constante
(Ao invés da intensa tempestade que precedeu a calmaria da tua ausência...)
A vida toda escrita de traz para diante,
Corrigindo os erros no sentido oposto...
O que foi lágrima, sorriso,
O que feriu, afago,
E mesmo o verme da solidão que me devora,
Reinventado, seria a plenitude de tua presença,
E o tempo perdido
Seria o encontrado...