Interiorror

O que sinto quando chego nessa cidade..

Desde o momento que ligo no carro a chave

O embrulho começa, a cabeça pesa

E a tristeza que me conduz naquela estrada desgraçada

Que fede a carcaça, a gente ordinária

No meio de um nada, um lugar que serve

Para se esconder das terras civilizadas

Não consigo explicar, quando começo a pensar

O sofrimento me invade. Um lugar de derrota

Onde perdi qualquer esperança

E minha ida foi minha salvação

Era pra ser um lugar tranquilo

Mas paz em mim, nunca tive, e o mundo paga por isso

Com minha péssima opinião errônea

Uma vontade de ter ido pra nunca mais voltar

Mas as raízes se enramam num profundo pesar

Esquecer de tudo, era necessário,

Deixar para trás um passado que mal entendi

Perdido, em momentos que não rendem mais que o simplório

Tantas pessoas diferentes, ninguém no interior é indigente

Todo mundo é filho de alguém, que faz algo

Não há pra onde fugir, todo mundo é rotulado

Em geral, com termos de mal agrado

Porque nossos sonhos no interior não são nada

Nada mais que um desafio de descrença

Uma realidade sem graça, opaca e pacata

Mas vamos ao feriado, contar os dias e morrer calado

Sempre que a vida passar, o interior vai estar

Esperando sentado, comentando o tempo e o vento

Na passada do desafortunado