ENGENHO


Da nebulosa treva adivinhada
     Os olhos confundem-se na dimensão
Da própria realidade colorida.
     Serão asas os olhos que voam
Ou poderão ser da mulher os pelos
     Afiados que espetam o ar?

A imaginação obscura de uma beleza
     Pictórica em sua essência
Irreal em sua existência
     Mistura a boca felina da bela fêmea
Com o suave perfil da dócil fera.

O sonho torna-se acutilado
     Ferindo de um mistério fatal
Os atrevidos olhares que tentam desvendar
     Toda a enigmática imagem inconsciente.
Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 21/12/2020
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