Mundo Esquecido
Olho ao redor e me vejo perdido
Num mundo habitando o mundo esquecido
Perdeu-se algo pelo caminho
Coração, alma, vísceras todas
Tornamo-nos criaturas tolas
Num mundo vazio, cheio de espinhos
Carente, abundante…
Abundam as muitas carências
Aumentando as reticências, as penitências
Num vazio crescente
De consciência decrescente
Que não se vê, mas se sente
Ausência de pensamentos, de mente
Vaziez de ser… completude de permanecer
Num estado torporizado
Caminhando rumo ao precipício
Carecentes não do fim, mas do início
Do momento antes do pecado
Que principia no fim
Da tolerância com a abundância
Da inaudita ignorância
Que rege um mundo oco, sub-reptício
Inorgânico, plástico da China, fictício
De profundas superficialidades
De adultas infantilidades
E infantes adultezas
Inversão de polaridades
Bipolaridades sistemáticas
Sistema de crueza, de frieza
Discursos de paz e amor
Afastamento nas práticas
Curso de caudaloso rio
De espinho ornado de flor
Foliões de máscaras apáticas.
Olho ao redor e vejo uma geração perdida
Pessoas desprovidas de vida
Vazias, cheias de si…
Num mundo habitando o mundo esquecido
Perdeu-se algo pelo caminho...
(Interação da brilhante poetisa Ane Rose)
Dia após dia, seja no calor ou no frio
O mundo cada vez mais
Pleno de imenso vazio
Entre o quase nada e o demais
Desatracado do cais
À deriva está o navio
Mentes vazias, corações de pedra
Acende-se o alerta:
É preciso mudar!
Olhar para além de si
Enxergar o outro
Saber que cada rosto
Carrega mais que marcas
Carrega lixo e ouro
Resultado das experiências
De todas as vivências
Graças e desgraças
Então… seguir em frente
Tendo em mente
Que em qualquer ocasião
O essencial é a evolução...