NADA MAIS É SOBRE NÓS
Minhas linhas não proseiam mais sobre você.
Meus versos não contam a nossa história, nem se quer versejam sobre nós.
As letras não contornam o nosso amor como outrora, nem mesmo queimam de paixão por ele.
As sílabas que restaram do texto que vivemos, contraíram-se, compactando as palavras num espaço vazio.
Hoje, não restam pontos, nem vírgulas, nem reticências.
Toda pontuação foi devidamente catalogada e guardada fora da nossa caixa de diálogos.
Não somos mais junção, nem conjugamos o mesmo verbo.
Somos apenas palavras soltas num emaranhado de rabiscos em uma folha qualquer, amassada e jogada no canto da escrivaninha da vida.
E eu estou pronta a me reescrever, num outro caminho, num outro verso, numa prosa que não contenha você.