CHUVA

CHUVA

Cai chuva

na garganta

da caatinga

Acabe a fome

do homem na mortalha

Lave a arvore

sem sangue

Molhe a boca

da terra em brasa

Acalme a febre

cansada do boi

Ponha aconchego no ninho

cante uma canção

monocordia na vidraça

Desperte a vida ciciante

Pare a caminhada

do homem sem destino

Celisa Diniz Corrêa

(in memorian)