alguma coisa
a coisa dói, está entranhada
entre lepra e lembranças, fundo
de um rio, ou o raso de uma praça,
broto, semente, mordida de serpente
a golpear o espaço vazio, o chão sede,
o riso desaparece, um igreja vazia se
põe ao pé da montanha, homens
e mulheres que não se falam, arriscam
palavra num arvoredo de cores entrelaçadas
a pedras de madeira, não é vazio, tampouco
é algo que se diz palavra ou palanque, pulso
de pus, ferida acesa nos arredores do ser,
então lembramos da volta do jardim, da
moça bonita, daquele beijo jamais confirmado,
do quarto cheio de segredo, de tantos amores
que nem dou conta dos que vingaram, sabemos
pernas, sabemos olhos e vontade, a prosaica
simplicidade acorda na gente a vontade de viver