encontro
os encontros se dão na quebra
do esperado, quando o tempo
é espancado, as carapaças arrancadas
e a carne viva , feita de sangue e estria
se enxagua na imundice do ventre,
o peito se fecha, as águas se represam,
o mundo se põe fora das coisas do rio,
e quebra o copo, quebra a cara, quebra
as coisas que quebram, e dos estilhaços
de uma tragédia, vemos um rosto pálido,
o rosto onde uma alma respira alguma esperança,
um corpo se põe pra fora, o encontro encontra o
abismo que tanto separa como comunga,
e os beijos, então enlatados parecem
borboletas no cio, a gravidade pede sua
parte, as pedras se desesperam, e a luz
de uma manhã fala mãe, fala pai, fala filho,
árvore, rio pássaro, o canto das rãs. o luar
de algum deus esquecido, então duas
solidões diz mais sim que não, mais
vida que morte, mais pernas que descanso,