Tréplica

Eu quis quebrar o celular ao ler aquilo.

Estava sorrindo em meio a amigos, bebendo e imaginando mil formas de contar meu sonho a ti, quando tudo fora destruído.

Sorri olhando ao longe e bebi um grande, gelado gole da amarga cerveja.

Ate o fim daquele dia eu pensava que tudo de pior tinha passado, ledo engano.

Na casa, banho gelado banhado a lágrimas de frustração.

Eu odeio sentir tudo isso a seu respeito.

Suspiro, finjo felicidade ao deitar e ouvir as confissões de amor de outros, como eu odeio imaginar você, sentir seu perfume e até mesmo ouvir sua voz do nada.

Eu sei que é loucura, mas eu ouço, tarde da noite, sozinha ou ainda que acompanhada,droga eu já te ouvi em meio a um show da minha banda favorita.

Mas tudo bem, você me atormenta e tenho que lidar com isso.

Eu sei que jamais poderei te contar isso, somos meros desconhecidos, mas sabe, eu daria tudo pra voltarmos a ser o que um dia fomos.

Amanheceu chovendo, claro, eu estive segurando minhas lágrimas toda a noite e o céu desabou por mim.

Estava tranquila, onde iria era seguro, coberto, lindo e aconchegante, até mudarem a rota, os planos, o menu e o dia então piorou.

Andar em meio aos carros, mato, bichos e incertezas de assaltos não fazia parte dos meus planos.

Mas fui, sorri, insatisfeita mas fui.

Odiando cada passo, mas segurando, até chegar, comer, forçar sorrir, respirar e do nada você novamente sentir.

Eu culpo esse lugar por todas as lembranças, mas sei que infelizmente a culpa é só minha.

Ah, legal, na hora de partir chuva, a cair sobre mim, eu devia aproveitar e desabar, mas não, sigo andando, ouvindo os lamentos, acusações e reclamações de algo que eu não queria, que eu não planejei, nem sequer sou culpada, afinal não faço chover.

Estremeço, será frio?

Caminho mais rápido, só quero chegar logo, tirar essa roupa molhada, essa sandália e chorar no banho, estou segurando pra não gritar de raiva, de dor, de frustração, atravesso a rua sem olhar, sinto uma brisa levantar o vestido mas não suficientemente perto pra me atropelar, infelizmente eu ainda vivo.

Ouvi de tudo, reclamei, tomei banho e dormi.

Dormi e sonhei, te vi, te senti, me entreguei, rendi.

Era manhã e no carro eu pensava que droga eu fiz de errado pra merecer tudo aquilo ter passado.

Achei que pior que está não fica, que erro, ficou e não demorou, a calúnia logo levantou e duas amigas separou.

Eu segurei o choro e apertei o passo colocando distância física e virtual entre nós.

Hoje, dias depois todos sumidos e eu muda.

Fazendo rimas em forma de respostas a sonhos de personagens dos meus próprios contos de falhas.

By Lilyth Luthor

Lilyth Luthor
Enviado por Lilyth Luthor em 14/12/2020
Código do texto: T7135687
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