Mundos e Submundos

O pedaço que falta em mim

Não é apenas um

Nem sei quantos são

A busca não tem fim

Mas nunca é em vão

Sempre encontro algum

Mergulho nos meus mundos

Atravesso céu e inferno

Enfrentando verões e invernos

Chego aos submundos

Neles, vejo e sinto

Uma escuridão que nunca clareia

Mas que aprendi a andar nela

Porque tenho luzes acesas

Em alguns dos meus eus

Que me ajudam a enfrentar breus

Visto-me com a roupa mais bela

Que um dia rasgou-se e sujou-se

Mas, que com o tempo, remendou-se

Limpou-se, de novo sujou-se e limpou-se

É meu vestido de gala

Minha mais forte armadura

Só ele meu corpo protege e embala

Quando preciso ir às cavernas

Para transformar amargura em doçura

Só ele funciona como paraquedas

Quando preciso me jogar do precipício

Ampara todas minhas quedas

Que teriam me matado no início

O incerto nos faz descobrir o certo

Conheci o fogo mais intenso do inferno

Mas com isso, não me queimei

Tampouco virei fumaça ou cinza

Ao contrário, eu me purifiquei

Pari mulher onde antes existia menina

Nas águas dos prantos me banhei

Descobri que nas cavernas havia minas

E em paredes rochosas

Descobri pedras preciosas

Que se transformam em poesias.

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 13/12/2020
Código do texto: T7134454
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.