Mundos e Submundos
O pedaço que falta em mim
Não é apenas um
Nem sei quantos são
A busca não tem fim
Mas nunca é em vão
Sempre encontro algum
Mergulho nos meus mundos
Atravesso céu e inferno
Enfrentando verões e invernos
Chego aos submundos
Neles, vejo e sinto
Uma escuridão que nunca clareia
Mas que aprendi a andar nela
Porque tenho luzes acesas
Em alguns dos meus eus
Que me ajudam a enfrentar breus
Visto-me com a roupa mais bela
Que um dia rasgou-se e sujou-se
Mas, que com o tempo, remendou-se
Limpou-se, de novo sujou-se e limpou-se
É meu vestido de gala
Minha mais forte armadura
Só ele meu corpo protege e embala
Quando preciso ir às cavernas
Para transformar amargura em doçura
Só ele funciona como paraquedas
Quando preciso me jogar do precipício
Ampara todas minhas quedas
Que teriam me matado no início
O incerto nos faz descobrir o certo
Conheci o fogo mais intenso do inferno
Mas com isso, não me queimei
Tampouco virei fumaça ou cinza
Ao contrário, eu me purifiquei
Pari mulher onde antes existia menina
Nas águas dos prantos me banhei
Descobri que nas cavernas havia minas
E em paredes rochosas
Descobri pedras preciosas
Que se transformam em poesias.