O Último Poema

Assim queria que fosse meu último poema,

Repleto de aventuras , de emoção,

que tirasse lágrimas de emoção do leitor.

Assim queria que fosse meu último poema,

Que salva-se minha musa no final,

que eu fosse corajoso e valente .

Queria que tive-se a beleza das flores,

Com seus doces aromas e enfeitiça-se as pessoas mais sensíveis.

Assim queria que fosse meu poema,

Repelto de aventuras e desventuras

E fosse o mais vendido da livraria.

Pobre poeta!

Imaginando o impossível,

Querendo a paixão dos suicidas

Que são esquecidos com o tempo.

Seu último poema ainda está por aí,

Esquecido em alguma prateleira ,

No coração de algumas pessoas

E só!

Mas meu último poema não passa de palavras,

De letras esquecidas, empoeiradas

Largadas em alguma mesa.

Meu último poema revela minha alma,

Ainda que carinhosa e bela

Por poucas é compreendida.

Meu último poema revela minha face,

Revela minhas desventuras em agradar minha musa

Aquela mesma que me esqueceu

E despiu-se para outro poeta.

Meu último poema tem a pureza de minha alma

Queimando em um fogo ardente

Quase se extinguindo como meu coração.

Meu último poema é minha assinatura final,

Diante de tantos concorrentes ,

Pseudos- poetas cibernéticos,

Diante de tanto plágio.

Meu último poema é minha marca final,

É meu último suspiro.

É a morte do poeta esquecido, abandonado

Largado a sua sorte ...

Meu último poema é a fase final da escrita

De uma nação tão carente de educação ,

Meu último poema é o último refúgio

Implorando ao leitor um suspiro

Uma última leitura...

Ao amadante poeta.

O Amante das Palavras
Enviado por O Amante das Palavras em 12/12/2020
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