O Último Poema
Assim queria que fosse meu último poema,
Repleto de aventuras , de emoção,
que tirasse lágrimas de emoção do leitor.
Assim queria que fosse meu último poema,
Que salva-se minha musa no final,
que eu fosse corajoso e valente .
Queria que tive-se a beleza das flores,
Com seus doces aromas e enfeitiça-se as pessoas mais sensíveis.
Assim queria que fosse meu poema,
Repelto de aventuras e desventuras
E fosse o mais vendido da livraria.
Pobre poeta!
Imaginando o impossível,
Querendo a paixão dos suicidas
Que são esquecidos com o tempo.
Seu último poema ainda está por aí,
Esquecido em alguma prateleira ,
No coração de algumas pessoas
E só!
Mas meu último poema não passa de palavras,
De letras esquecidas, empoeiradas
Largadas em alguma mesa.
Meu último poema revela minha alma,
Ainda que carinhosa e bela
Por poucas é compreendida.
Meu último poema revela minha face,
Revela minhas desventuras em agradar minha musa
Aquela mesma que me esqueceu
E despiu-se para outro poeta.
Meu último poema tem a pureza de minha alma
Queimando em um fogo ardente
Quase se extinguindo como meu coração.
Meu último poema é minha assinatura final,
Diante de tantos concorrentes ,
Pseudos- poetas cibernéticos,
Diante de tanto plágio.
Meu último poema é minha marca final,
É meu último suspiro.
É a morte do poeta esquecido, abandonado
Largado a sua sorte ...
Meu último poema é a fase final da escrita
De uma nação tão carente de educação ,
Meu último poema é o último refúgio
Implorando ao leitor um suspiro
Uma última leitura...
Ao amadante poeta.