SOBRE O ISSO DO CONTRA SENTIDO

Um dia vou me perder no impossível,

Serei ininteligível aos inteligentes

Aos eruditos, as autoridades,

E a todos os tipos de donos da verdade.

Serei senhor e escravo do meu chão,

Indecente e impertinente

Frente aqueles que vivem no céu

De abstratas certezas de ordem,

Progresso e finais felizes.

Serei imprevisível, subversivo,

No riso louco dos piores adjetivos.

Serei quem não faz sentido,

Um terremoto interpretativo

No contra dizer do dito

Quê inventa a eterna infância

Dos mais perigosos entre os malditos.