Autocrítica
O livro do velho não é fogo de palha,
mas é cama de palha,
como a vida e tudo que um dia se queima,
e para sempre se deita e se cala.
Tem até arquivo morto e prefácio,
e quiçá antecipado posfácio.
Assim sou, o velho.
As palavras me puxam,
e eu puxo assunto com o chão e o vento.
Mas a agitação das palavras, no dicionário,
às vezes me cansa.
É quando vou tirar fotografia de folhas caídas,
respeitosamente, silenciosamente.
O velho estudou à toa,
e agora é quase um rir e chorar à toa,
trabalhar à toa, escrever à toa.
O livro do velho não é fogo de palha,
mas é cama de palha,
como a vida e tudo que um dia se queima,
e para sempre se deita e se cala.
Tem até arquivo morto e prefácio,
e quiçá antecipado posfácio.
Assim sou, o velho.
As palavras me puxam,
e eu puxo assunto com o chão e o vento.
Mas a agitação das palavras, no dicionário,
às vezes me cansa.
É quando vou tirar fotografia de folhas caídas,
respeitosamente, silenciosamente.
O velho estudou à toa,
e agora é quase um rir e chorar à toa,
trabalhar à toa, escrever à toa.