Uma caneta e um papel
Uma caneta e um papel
trocam carícias discretas
com páginas abertas
e confidências a granel.
Eu, mero espectador,
observo atento esse torneio
sentindo todo o enleio
do casal encantador.
A caneta cuidadosa
risca a folha suave
como se tivesse a chave
secreta e misteriosa.
Meio tímido o papel
anseia pelas palavras;
não quer que sejam bravas
e nem jogadas ao léu.
Enfim o papel percebe:
são meras divagações,
poemas e canções.
Feliz, o papel agradece.
©Bispoeta